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CAPA
AGRADECIMENTOS
DADOS PESSOAIS
�NDICE
INTRODU��O
LOCAL
PROBLEMAS
FAM�LIA
SUJEITO
LOGO
SOE
PROJETOS FUTUROS
INFORM�TICA
ESCOLHA DO M�TODO
ESTRAT�GIAS DE APRENDIZAGEM
PROFESSORES
GRUPO ESCOLHIDO
CRONOGRAMA
M�TODO UTILIZADO
AMBIENTE DA INFORM�TICA
INTERNET
L�GICA DO COMPUTADOR
JOGOS
CRIAN�A HOJE
LOGO NA AULA
OUTROS USOS  DO LOGO
DA TV A INTERNET
EIXO CENTRAL
A IDADE DA TERRA
FILME
GLAUBER
AN�LISE
CONCLUS�O
BIBLIOGRAFIA
E-MAIL

 

Modifica��o da informa��o da TV � internet

Eixo central do trabalho

An�lise de como a produ��o art�stica cria novas estruturas de constru��es cognitivas a partir da obra A Idade da Terra de Glauber Rocha

O filme

Relato de Glauber Rocha sobre o filme

An�lise

Conclus�o

 

 

 

 

 

MODIFICA��O DA INFORMA��O DA TV � INTERNET

 

Ap�s esta exposi��o, fa�o um breve resumo do que compreendo como as modifica��es importantes que a internet trouxe em compara��o com o funcionamento da televis�o. Como na industrializa��o, a informa��o na internet n�o apenas � veiculada em grande quantidade e sob todas as formas, mas ela � esterilizada de sua originalidade. Toda informa��o veiculada torna a forma de assemelhar-se, � como se todas as informa��es fossem iguais entre si por pertencerem ao grupo das informa��es, ou seja, de um certo ponto de vista, n�o haveria nada que as diferencia-se das demais. Isso � um fen�meno que v�-se realizar na TV, onde o telespectador acha que todas as informa��es veiculadas na TV s�o de igual import�ncia, n�o discernindo entre uma novela de fic��o e uma reportagem jornalist�ca, onde todos os fatos, mesmo aqueles que permitiriam uma reflex�o ou fizessem com que o telespectador se apercebe-se de um mais al�m do que � veiculado. A televis�o mesma, com sua profus�o de imagens, n�o deixa espa�o para que se possa refletir sobre o que foi visto, sempre h� novas imagens surgindo. Tanto que Mill�r Fernandes tem um cartum onde diz: " Ficaremos fora do ar alguns instantes para que os telespectadores possam refletir sobre a bobagem que � ficar olhando para uma TV".

Mill�r demonstra com seu humor genial que lhe � caracterist�co, como a grande quantidade de imagens inibe o processo reflexivo do sujeito. Al�m do mais, tanto uma cena de assassinato ocorrida no cotidiano quanto uma ocorrida em um filme acabam se parecendo, seja porque em ambas impera os mesmos formatos, a import�ncia da imagem, da exarceba��o do sentimentalismo sobre a reflex�o, todos ideais que pautam o modus de funcionamento televisivo e do qual n�o temos acesso, n�o debatemos. A fun��o pela qual algo � feito de uma determinada maneira � um dos pontos importantes para construirmos nosso conhecimento. Assim, nosso primeiro contato com a internet � pautado por esse nosso olhar herdado da televis�o onde acreditamos que todas as informa��es ali contidas s�o semelhantes entre si e iguais em valor. Para modificar isso, � necess�rio que alteremos ali onde na TV n�o est� na nossa al�ada, que � os crit�rios de defini��o da validade de uma informa��o que na internet s�o o ponto nevr�lgico.

As informa��es n�o s�o todas iguais, embora aparentem isso. Primeiro, existem sites educativos ou do governo, de ag�ncias de not�cias que tem uma certa �tica pautando a veracidade das informa��es e, inclusive, pode-se comparar a postura das informa��es produzidas em uma universidade com aquelas produzidas pelos jornais e ver as diferen�as de crit�rios e ideais de cada uma. Pode-se confrontar ent�o as informa��es, buscando diversos pontos de vista. Isso � deveras salutar, pois quando observamos um fato de um �nico ponto, n�o conseguimos vislumbrar a abrang�ncia deste e isso situa a import�ncia do amparo te�rico que o jornalista possui quando escolhe a forma como transmitir um fato. Novamente retomamos a import�ncia da postura cr�tica pois ela situa como a constru��o te�rica do sujeito que apresenta um fato � determinante deste: o fato n�o se imp�e por si s�, mas depende de como ele ser� abordado, do que se quer mostrar, a maneira de mostr�-lo.

Estes mesmos crit�rios determinam a postura que se adquire frente �s outras informa��es obtidas na net. N�o se pode mais questionar sua veracidade ou n�o, haja vista que dificilmente se poder� saber de onde veio determinada mensagem, se ela n�o foi adulterada pelo caminho ou se as id�ias que ela veicula n�o pertencem a outro autor. O que se pode inferir � quanto a estrutura interna do texto, a coer�ncia de id�ias e os elementos que perfazem o texto. Assim, o leitor dessa informa��o n�o ser� uma pessoa passiva e imparcial, mas agir� ativamente confrontando o que sabe com o que est� escrito, interrogando se aquilo � leg�timo para ela, se aquilo lhe acrescenta algo novo. Como ela escolher� qual informa��o ir� receber, qual � mais importante para si, a informa��o confronta-se com a constru��o anterior que o sujeito traz e essa informa��o s� ser� aceita se trouxer um papel significativo e transformador para a estrutura cognitiva do sujeito. Assim, a informa��o � aglutinada n�o meramente de forma passiva mas reconstru�da para ocupar um determinado ponto da constru��o cognitiva sendo aprendida e entendida dentro desta. Uma informa��o n�o ser� apenas recebida, mas confrontada com aquilo que o sujeito almeja e ter� sua valida��o ou n�o dentro do que ele busca, sendo ao mesmo tempo transformada no contato com a estrutura cognitiva pr�via do sujeito. Assim, o sujeito pode aproveitar parte da informa��o, aproveit�-la no todo ou apenas seu sentido ou ainda us�-la como contraponto para exercer uma cr�tica, para demonstrar o que ele n�o quer, mas sempre conservando acima de tudo os crit�rios que pautam sua navega��o dentro da rede: seus crit�rios de sele��o das informa��es s�o a b�ssola a gui�-lo nessa infinita jornada.

Mas o ponto principal aqui � poder fazer com que o sujeito saia da esterelidade que estava acostumado nos outros meios de comunica��o para a busca de um significado necess�rio aos nossos atos que a internet prescreve. Como analisamos anteriormente na quest�o do tempo, a internet exige de seus usu�rios que se interroge acerca do sentido por tr�s daquilo que se est� procurando. n�o se navega simplesmente, mas imp�e-se que na navega��o que se vai realizar a gente construa um sentido para o nosso trabalho. Toda e qualquer comunica��o na internet, toda informa��o recebida, faz parte de algo maior que � os nossos objetivos e a �tica de trabalho, o sentido enquanto nossos id�ias e valores que far�o com que as informa��es somem-se a um projeto maior de vida que � o nosso, que seja os tijolos que constru�r�o aquilo que � a obra da nossa exist�ncia, o trabalho e o objetivo ao qual logramos alcan�ar e buscar durante toda nossa passagem na Terra. De todas as informa��es que recebemos n�s produzimos algo novo que � a caracterist�ca da nossa originalidade, da configura��o pr�pria que criamos para expressar as inquieta��es e problemas de nossa comtenporaniedade e buscar inventar solu��es, criar caminhos diferentes levando em conta, sempre, nosso contexto pr�prio. A constru��o cognitiva de um sujeito obedece a sua pr�pria �poca e se apresentar� como uma tentativa de organizar a profus�o de sentimentos e de viv�ncias que ele experimenta. Por isso, o sentido dessa configura��o est� ligado ao fato de que sua cria��o visa tentar constituir-se em uma resposta para problemas vitais como um esquema inapreens�vel da realidade, mas que sempre procura buscar o sentido desta embora sua tarefa esteja sempre condenada a fracassar. No entanto, neste processo ele reinventa caminhos, recria o conhecimento humano e produz respostas novas, levanta problem�ticas atuais.

O ponto alto da constru��o do conhecimento que um sujeito pode operar dentro da internet � quando, com as informa��es recebidas, ele pode compor um quadro original da nossa realidade existencial inserindo de uma forma totalmente nova e criativa quest�es que abarquem os elementos pr�prios da nossa contemporaniedade. Para al�m de uma reflex�o cr�tica, o sujeito criar� uma nova forma de refletir e de indagar sobre o que acontece na nossa realidade cotidiana, a partir das informa��es que disp�e e dos elementos de nossa �poca. Mais do que criticar, ele transforma a pr�pria interroga��o, produzindo-a de um novo lugar.

Se a constru��o cognitiva, em sua tarefa ingl�ria de tentar dar conta do funcionamento do universo e da exist�ncia humana sempre est� condenada ao fracasso, no entanto podemos sempre redimensionar o ponto a partir do qual formulamos essas indaga��es, haja vista que, elas sempre dependem de uma busca de um sentido e no ato criativo produz-se sentido, questiona-se a pr�pria ess�ncia do ser na rela��o amb�gua com a arte, que � ao mesmo tempo ilus�o, mas � tamb�m a tentativa do artista de dar um sentido para sua obra, uma dire��o, uma meta, a obra de arte est� fundada principalmente em sua fun��o para o artista, o que ele desejou demonstrar com a produ��o dela. Neste sentido a cria��o � o ato que desvela e nasce nos alicerces da constru��o cognitiva, ali onde indaga-se do papel e da fun��o dessa constru��o, para que ela foi feita e isso � indagar acerca da pr�pria ess�ncia da exist�ncia, do sentido das nossas a��es, qual o sentido que o artista cria e tenta passar em sua constru��o, em sua obra e a fun��o da obra de arte como ressaltando a import�ncia- j� que ela existe somente para isso- do sentido dentro dos atos humanos. Isso engloba a �tica, os ideais, os valores e as cren�as que d�o sentido a nossa exist�ncia, que fazem com que a nossa vida tenha um significado e que tentemos passar atrav�s de nosso trabalho, este sentido para outros. Assim como na obra de arte, a fun��o da nossa constru��o cognitiva � fazer passar, criar um sentido que utilizamos para que n�o seja v� nossa estada sobre a terra.

A internet exige que o sujeito saiba discernir o que ele quer, que trace metas para si, que busque atrav�s do seu trabalho realizar seus objetivos estabelecidos anteriormente a constru��o do mesmo e que nestes objetivos ressalte-se o sentido que o sujeito acredita ter imprimido a sua exist�ncia, o sentido que ele produz, pois sem isso ele n�o poder� saber com certeza o que busca e, como no universo aberto e sempre em expans�o da internet, ele morrer� perdido e confuso, sem porto de chegada. Para estabelecer um porto � necess�rio que o sujeito produza uma fun��o, um sentido para a viagem que ser� empreendida. Com isso, quero deixar claro que o que a inform�tica e mais especificamente a internet vem exigir de n�s na p�s-modernidade, � que construamos um sentido atrav�s da criatividade e do ato art�stico, que nunca a criatividade e a independ�ncia, a liberdade de tomada de decis�es, foi t�o importante no processo industrial e nunca se necessitou tanto de indiv�duos apaixonados pelo que fazem, que vejam em seu trabalho uma forma de criar um sentido e uma import�ncia para sua exist�ncia, que o trabalho n�o seja mais uma obriga��o chata e mon�tona, um castigo cruel, mas o mecanismo que o sujeito tem de produzir modifica��es na sociedade em que vive a partir de sua forma salutar de questionar e de abordar os problemas. Atrav�s do trabalho, imprimimos aos outros a nossa forma de pensar, de configurar e de construir a realidade que habitamos. O trabalho nos permite inserir nossas constru��es cognitivas na realidade cotidiana da sociedade modificando esta devido ao fato de que, cada um de n�s possui a nossa maneira de pensar, de viver, de ver o mundo e isso tudo nada mais � do que uma resposta a irrespond�vel quest�o que � "qual o sentido da vida humana?" n�o podemos responder satisfatoriamente esta quest�o mas podemos, como o artista, criar uma resposta original pr�pria da nossa original maneira de pensar, visto que a nossa vida, o que fizemos, aquilo que acreditamos, o que lemos e o que nos foi dito varia t�o enormemente de indiv�duo para indiv�duo que � imposs�vel que algu�m tenha uma maneira totalmente similar a nossa de pensar. Por isso, a resposta que damos ao sentido da vida � sempre original, �nica e ela � o alicerce de todo o conhecimento que construiremos em nossa vida. Ela � a fun��o da constru��o do conhecimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EIXO CENTRAL DO TRABALHO

 

 

O ponto principal que norteou todo esse projeto, foi demonstrar aos professores que pare educar uma crian�a � necess�rio avaliar a sua forma de construir o conhecimento. E n�s entendemos que esse processo deve ser avaliado n�o somente em aula, mas conhecendo-se melhor a hist�ria do aluno.

O processo de constru��o do conhecimento tem seus melindres e suas nuances que podem ser melhor entendidos ao se analisar um sujeito- o aluno- como elemento tamb�m em constru��o. Ao levarmos em conta sua vida e sua hist�ria pessoal estamos reconhecendo ali como esse sujeito formou sua capacidade de lidar com o mundo, a partir do seu contexto. Em sua hist�ria est� a constru��o de um sujeito, um processo de intera��o cont�nua com o mundo, que ri� resultar na personalidade do aluno.

" A crian�a, desde os 6 ou 7 anos, tem representa��es ligadas �s palavras gasolina, eletricidade, vapor, etc. Tem outras ligadas aos conceitos de vida, pensamento, sentimento, etc, e id�ias sobre o coeficiente de vida ou de sentimento, por assim dizer, que � preciso conceder aos animais, plantas, astros, etc."( Piaget, Jean- A linguagem e o pensamento da crian�a, p�g.91)

Cabe ao professor reconhecer na execu��o da tarefa que o aluno realiza uma abordagem de se apropiar do conhecimento, n�o apenas uma maneira certa ou errada de aprender. � preciso entender o aluno dentro de seu contexto de pensamento e perceber que um erro pode n�o ser uma falha de aprendizagem, mas um aspecto que faz parte de uma constru��o do aluno. O erro tem que ser entendido dentro da constru��o do aluno e seu significado deve ser retirado desta. Em geral o professor analisa o erro dentro do contexto que ele produziu a tarefa.

O erro representa uma constru��o que impera ali por baixo o mantendo e tem sua serventia nesta estrutura. O erro � fundamental porque, se o aluno recebe do professor uma mensagem de que este representa a prova de sua incapacidade, ele o abandona e descarta-o, conjuntamente com todo o racioc�nio que produziu para chegar nele e que n�o necessariamente est� errado. Sabemos que a crian�a apresenta uma forma de pensar diferente:

"... a crian�a � levada a acreditar que tudo tem um fim.; a id�ia do fortuito lhe escapa, mas, pelo pr�prio fato de lhe escapar, ela d� prefer�ncia a perguntar sobre o que � acidental ou inexplic�vel, poruqe o acidental se lhe apresenta como um problema- bem mais do que para n�s. Ent�o, ora ela procura suprimir o acidente como tal, tentando justific�-lo por um fim, ora falha nessa justifica��o, e a�, reconhecendo o fortuito, procura explic�-lo de maneira causal." (Piaget, Jean- A linguagem e o pensamento da crian�a, p�g.165)

Assim ele n�o valoriza o que constr�i e n�o pode aprender, pois o aprendizado vem de, atrav�s dos erros, poder buscar a solu��o mais eficaz. Ademais, sabemos que o conhecimento humano n�o tem uma dire��o s�, que n�o podemos dizer isso � a verdade. O conhecimento humano se baseia em uma busca de sempre tentar dar conta da realidade mas no entanto � sempre busca fracassada, pois o enigma da exist�ncia n�o � pass�vel de ser resolvido por um ser humano. Assim, dizer que um aluno errou, n�o implica que ele est� aprendendo, muito pelo contr�rio: o erro representa uma tentativa e � no aprimoramento e na soma das tentativas que o aluno aprende.

Assim, se o erro for ensinado como uma forma de se dirigir para o caminho do conhecimento, da constru��o de um sistema de pensamento que guiar� os atos do aluno na vida, o erro representar� um mergulho no desconhecido, pois pede que seja reformulado algum ponto da constru��o cognitiva. Assim o erro permite reflex�o e aprendizado, fazendo com que se esteja em permanente constru��o do racioc�nio, o que � o ideal da educa��o. O aluno n�o produz ignor�ncia quando erra, mas quando perde a vontade de aprender e isso n�o ocorre quando ele se sente estimulado a buscar novos caminhos quando da constata��o de que sua constru��o cognitiva fracassou ou n�o alcan�ou o objetivo esperado.

" Conquistar por si mesmo um certo saber, com a realiza��o de pesquisas livres, e por meio de um esfor�o espont�neo, levar� a ret�-lo muito mais; isso possibilitar� sobretudo ao aluno a aquisi��o de um m�todo que lhe ser� �til por toda a vida e aumentar� permanentemente a sua curiosidade, sem o risco de estanc�-la; quando mais n�o seja, ao inv�s de deixar que a mem�ria prevale�a sobre o racioc�nio, ou submeter a intelig�ncia a exerc�cios impostos de fora, aprender� ele a fazer por si mesmo funcionar a sua raz�o e construir� livremente suas pr�prias no��es."( Piaget, Jean- Para onde vai a educa��o?, p�g. 54)

Porque � na tentativa e no erro que o aluno chega ao que eu considero o ponto b�sico e objetivo final da educa��o: a possibilidade de criar caminhos originais, respostas novas e criativas para os problemas.

Neste ponto, une-se a inform�tica com a demanda contemporanea: h� a necessidade de profissionais que saibam produzir solu��es, tentar caminhos novos, buscar criar dispositivos para resolver antigas situa��es. O mercado exige dos profissionais que saibam tomar decis�es, sustent�-las, que aprendam a abordar e a analisar os problemas bem como as solu��es que ir�o tomar. � cobrado iniciativa e criatividade em primeiro lugar. A inform�tica � um ambiente fant�stico para isso, pois al�m de ser um excelente instrumento de est�mulo a criatividade, os caminhos e formas de realizar as tarefas ficam inteiramente na m�o de quem trabalha com ela, dando assim autonomia e poder de decis�o ao usu�rio.

Mas para se produzir e estimular criatividade, o erro n�o pode ser descartado ou desprezado. N�o se fala mais em erro, mas em tentativa. A criatividade surge depois de um trabalho constante pensando e repensando uma quest�o, buscando uma solu��o mais vi�vel e original, que � o que necessitamos nas institui��es sociais.

O erro tem que ser abordado como uma forma pr�pria de configurar uma constru��o e que ir� resultar em uma soma ou modifica��o da estrutura posterior de racioc�nio. Para que a crian�a, por exemplo, possa aprender algo, ela ter� de passar por diversas tentativas e constru��es que n�o s�o descartadas mas aprimoradas: no erro de hoje produz-se o saber do amanh�.

A rela��o do aprendizado com o erro, d�-se em uma sucess�o de constru��es necess�rias para que a crian�a aprenda at� qual o caminho a n�o seguir, ou porque optou por um determinado caminho.

" O exame escolar n�o � objetivo, antes de mais nada porque implica sempre em um certo contigente de sorte; al�m disso, e sobretudo, porque est� mais voltado para a mem�ria que para as capacidades construtivas do aluno( como se este �ltimo estivesse condenado a nunca mais se utilizar de seus livros ap�s deixar a escola!)"( Piaget, Jean. Para onde vai a educa��o? p�g.45)

A quest�o primordial � se abordaremos o erro da crian�a como uma falha da reprodu��o de uma constru��o cognitiva que apresentamos como certa ou se o erro ser� abordado sem que exista uma resposta definida, mas tendo o valor da constru��o em si mesma, ou seja, o mais importante � que a crian�a construa e n�o o que ela constr�i. O aprendizado est� garantido quando essa constru��o torna-se um elemento perp�tuo. Piaget cita exemplos:

" Para citar um s� exemplo, todos sabem da dificuldade que sentem os alunos de segundo grau( e mesmo um bom n�mero de estudantes universit�rios!) em compreender a regra de �lgebra chamada dos sinais: " menos por menos d� mais" . Ora, essa regra dos sinais j� � descoberta na a��o por crian�as de 7 a 8 anos, sob formas qualitativas variadas. quando uma delgada haste de ferro que atravessa tr�s pequenas bolas ABC � vergada atr�s de uma tela( sendo vis�veis os movimentos da haste, mas n�o os das bolas), a crian�a compreende que a ordem ABC se altera para CBA; compreende ent�o imediatamente que duas viradas restituem a ordem ABC, que tr�s rota��es resultam em CBA, etc. Descobre assim, sem a conhecer, a regra de composi��o que preceitua que duas invers�es de sentido se anulam, ou seja, que " menos por menos d� mais". Entretanto, quando estiver com 15 ou 16 anos, se as opera��es alg�bricas cuja exist�ncia ir� aprender n�o lhe forem apresentadas com o prolongamento de a��es desse tipo, ele n�o compreender� nada! ."( Piaget, Jean- Para onde vai a educa��o?, p�g. 60)

Por este exemplo vemos como � importante para o aluno poder construir e entender as constru��es do racioc�nio. De nada adianta ele apenas repetir os conte�dos de sala de aula, se n�o conseguir entender a l�gica impl�cita neles. � nessa abordagem que pode-se produzir o que chamamos do pensamento original, ou pensamento art�stico, criativo, onde produz-se uma constru��o inovadora que descentre dos habituais caminhos e crie novas dire��es e produza movimento, produza reflex�o. Quando algo surge de forma criativa, a pr�pria cria��o, pela sua originalidade, movimenta as pessoas, porque lhes permite vislumbrar uma forma de pensar diferente da que vinham mantendo at� ent�o e produz assim reflex�o, o que � transformador no mundo.

" Do mesmo modo, n�s vemos muitas vezes professores que se prop�e, por exemplo, a alfabetizar. Pega uma cartilha e a seguem ao p�-da-letra. Comumente o resultado de tal empreendimento � bastante desastroso. O professor se apega na metodologia( muitas vezes chamada de " processo de alfabetiza��o") e esquece que cada aluno pode estar vivenciando aquelas aulas de uma maneira particular." ( Franco, Sergio Roberto Kieling, O construtivismo e a educa��o- p�g. 07)

Como se processa o pensamento art�stico? Em geral, a arte nasce primeiro de uma id�ia inicial que, ap�s o artista vislumbr�-la, ele ir� transform�-la no objeto de arte. O material e o meio que o artista ir� escolher para fazer isso depende da id�ia que ele possui, se ele acha que sua id�ia ficaria melhor em uma tela de pintura ou em uma escultura, depende do que ele deseja criar. �s vezes o pr�prio material j� � uma cria��o, quando o artista tem de utilizar os materiais mais � m�o ou adequar sua obra ao que encontra em seu contexto. O mais importante � que a id�ia � sempre o elemento central a partir do qual id�ia e material da obra ir�o se fundir ao m�ximo poss�vel. A id�ia vai aos poucos tomando forma no material utilizado enquanto que este tamb�m influi no como a id�ia est� se apresentando. Digamos que a maneira como uma id�ia � elaborada vai aos poucos modificando essa mesma id�ia, sendo que o processo de execu��o da mesma transforma-a em algo que n�o representa mais o que foi inicialmente concebido abstratamente. Piaget fala das dificuldades de estimular o pensamento criativo em sala de aula:

" � que nada � mais dif�cil para o adulto do que saber apelar para a atividade real e espont�nea da crian�a ou do adolescente; no entanto, somente esta atividade, orientada e incessantemente estimulada pelo professor, mas permanecendo livre nas experi�ncias, tentativas e at� erros, pode conduzir a autonomia intelectual ."( Piaget, Jean- Para onde vai a educa��o?, p�g. 60)

O trabalho de inform�tica com uma nuance de pensamento art�stico tem que ensinar ao aluno priorizar o seu objetivo e sua id�ia. Que o mais importante � que ele tenha uma meta, um planejamento e um objetivo definido para depois utilizar o computador n�o pelas possibilidades que este apresenta, ou seja, o aluno n�o utiliza o que est� mais � m�o por assim dizer, pois acabar� produzindo um pensamento limitado e n�o criativo. Como demonstramos, o aprendizado pressup�e que o aluno possa refletir sobre a maneira que ir� encontrar para expressar sua id�ia, alcan�ar aquilo que deseja. Novamente vemos a import�ncia da constru��o do processo construtivo. � nesse processo que se produz algo diferente da mera id�ia abstrata mas ao mesmo tempo esta rearranja o processo em uma dada configura��o original, buscando sua express�o.

Assim o trabalho art�stico � uma busca incessante e obsessiva do artista em poder expressar, da melhor forma, o que pensa e/ou sente. Em geral toda sua obra tem caracterist�cas pessoais muito marcantes e constituem uma evolu��o progressiva, um trabalho � sucess�o do outro, podendo o artista passar anos trabalhando o mesmo tema, pois o que ele busca � a forma mais original e mais perfeita de passar aquilo que ele deseja expressar. � atrav�s das v�rias tentativas que ele conseguir� alcan�ar a melhor express�o do seu pensamento. E ressaltamos que esse processo � importante n�o apenas para formar intelectuais, mas que igualmente formaremos cidad�os, pois um ensino construtivo pode melhorar a capacidade de participa��o de nosso povo. Como diz Piaget:

" Na realidade, a educa��o constitui um todo indissoci�vel, e n�o se pode formar personalidades aut�nomas no dom�nio moral se por outro lado o indiv�duo � submetido a um constrangimento intelectual de tal ordem que tenha de se limitar a aprender por imposi��o sem descobrir por si mesmo a verdade: se � passivo intelectualmente, n�o conseguiria ser livre moralmente. Reciprocamente, por�m, se a sua moral consiste exclusivamente em uma submiss�o � autoridade adulta, e se os �nicos relacionamentos sociais que constituem a vida da classe s�o os que ligam cada aluno individualmente a um mestre que det�m todos os poderes, ele tamb�m n�o conseguiria ser ativo intelectualmente."( Piaget, Jean- Para onde vai a educa��o?, p�g. 61)

Meu objetivo com o trabalho realizado era poder trazer aos professores os preceitos da educa��o construtivista e poder alterar assim a metodologia empregada visando com isso aumentar o �ndice de aprendizagem dos alunos.

Em primeiro lugar, fiz um levantamento dos principais problemas apresentados na escola, quais as demandas mais prementes e os motivos das dificuldades que a escola apresentava. Minha inten��o era fazer um levantamento inicial para determinar qual seria a abordagem a ser melhor utilizada, que abarca-se solucionar a problem�tica principal que existisse na escola. Seria necess�rio observar o funcionamento do col�gio e conversar com pais, alunos e professores, bem como conhecer o funcionamento da administra��o escolar, para fazer todo esse levantamento.

Em segundo lugar, o planejamento propriamente dito do projeto, qual a fundamenta��o te�rica escolhida, porque e como iria se proceder para implantar a metodologia espec�fica; implicava estabelecer um rumo de trabalho sobre o que foi levantado como problem�tica referencial.

O terceiro ponto se deve a implementa��o do trabalho propriamente dito, se curso e desfecho: inicia-se pela aplica��o das id�ias ao ambiente escolar, desenvolvendo um trabalho com os alunos, conjuntamente interligando com uma elabora��o da maneira que a escola utilizava para tratar as dificuldades dos alunos e, por fim, trabalhar com os pr�prios professores uma modifica��o de sua did�tica visando abarcar novos pontos de vista sobre as dificuldades escolares. Assim, o trabalho visava modificar tr�s pontos principais que formam a escola: a maneira do aluno de aprender, sua vis�o pessoal quanto ao conhecimento, a escola enquanto institui��o, qual o significado da aprendizagem dentro desta, o conceito sub-r�ptico de aluno e o seu papel enquanto ve�culo transmissor de cultura dentro da comunidade que pertence. Por fim, o professor e sua did�tica, sua forma de transmitir o saber e o reconhecimento da import�ncia do que ele significa para o aluno, pois muitas vezes serve como modelo de conduta e de comportamento para este, muitas vezes por toda vida.

Por fim escrevo uma conclus�o acerca de tudo que pude apurar neste trabalho por mim realizado, o que faltou ser colocado na pr�tica, os pontos que tiveram de ser revistos e o que foi preciso acrescentar para poder chegar aos objetivos propostos. Por certo que um trabalho nunca finaliza completamente e nem mesmo temos a pretens�o de solucionar todos os problemas de uma escola, mas um trabalho serve para abrir "brechas" institucionais que nos possibilitam abordar a quest�o da aprendizagem sob um novo �ngulo e vislumbrar sa�das poss�veis para a nossa educa��o. um trabalho serve para pelo menos gerar inquieta��es e interroga��es destes agentes da escola, professor, dire��o e aluno.

 

 

 

 

 

AN�LISE DE COMO A PRODU��O ART�STICA CRIA NOVAS ESTRUTURAS DE CONSTRU��ES COGNITIVAS A PARTIR DA OBRA IDADE DA TERRA, DE GLAUBER ROCHA

"Em 6 de junho, morre seu pai, Adamastor Br�ulio Silva Rocha.

Em 2 de setembro, A Idade da Terra � exibido na Mostra Internacional de Cinema de Veneza, onde provoca cr�ticas negativas. Ap�s a divulga��o do resultado oficial do j�ri, Glauber briga e insulta Louis Malle (um dos vencedores do festival, com o seu Atlantic City), acusando-o de "fascista" e de "cineasta de segunda categoria". Agride tamb�m a dire��o do festival que, segundo ele, favoreceu o cinema comercial. Por causa do esc�ndalo, A Idade da Terra fica de fora do Festival de Cinema Ib�rico e Latino-Americano de Biarritz.

Em dezembro, vai a Paris acompanhar uma retrospectiva de seus filmes. ." (retirado da homepage Tempo Glauber http://www.alternex.com.br/~tempoglauber)

O FILME

O filme de Glauber Rocha inicia-se com um dos personagens quebrando ovos, dizendo " meu pai me traiu, o p�ssaro da eternidade n�o existe, s� o real � eterno". Interessante esta cena inicial, pois o ovo sempre representa a vida, a g�nese de tudo. Glauber retrata neste momento a trai��o, o povo tra�do pelo pai, pelo governante, " s� o rela � eterno" diz o personagem, � o real do prazer, da mis�ria, o futuro destru�do. Interessante como Glauber ir� retratar o in�cio, o nascimento do Brasil. Se na cena primeira j� nasce sob o signo de uma trai��o, logo a seguir Glauber mostra o �ndio, esse nossa antepassado, atrav�s de uma festa onde mistura-se o prazer, a religi�o a loucura. � nessa busca de prazer beirando o corpo em si, o movimento, o gozo, que chega-se ao religioso como ritual, catarse, momento de loucura geral, licen�a para enlouquecer. Disso, na cena seguinte, resultar� o carnaval, agora j� organizada, elaborada, a festa ind�gena torna-se uma organiza��o sempre de massa, do grupo. No meio do som ensurdecedor Glauber demonstra o pol�tico, o chefe acenando, buscando cativar todos. � o surgimento do salvador, do messias. Glauber det�m o filme para fazer uma longa considera��o socio-antropol�gica do Brasil, da nossa pol�tica.

� interessante como Glauber ir� retratar o povo brasileiro, seja os ind�genas, seja o negro a posteori: � sempre a massa em meio a rituais, as festividades. A religiosidade do brasileiro � retratada aqui como um ritual de prazer, uma coisa primitiva onde a religi�o torna-se um asseguramento do prazer compartilhado, permitido. � sempre algo confuso, gigantesco. � interessante que a polit�ca surge como uma manipula��o deste sentimento, ao contr�rio do que deveria ser, ou seja, uma reflex�o e um planejamento de estrat�gias. A fala do personagem onde faz uma an�lise da pol�tica brasileira, � uma fala universit�ria, intelectual, distante das imagens da massa, da turba. Parece totalmente deslocada do contexto. Ainda mais que se considere que � uma an�lise de uma pol�tica passada, n�o � uma influ�ncia ou uma produ��o atual de pol�tica, ou seja, n�o se est� produzindo pol�tica, est� se analisando ela. Glauber parece diferenciar aqui a pol�tica praticada, das massas, das festas, da religi�o como um ritual de catarse, da outra pol�tica intelectual, que analisa mas no entanto n�o faz a pol�tica, n�o participa do momento. O momento � sempre a massa e o caos.

� interessante que Glauber apreende o presente nesse del�rio, nessa confus�o alucinada. A certa altura, um personagem diz " a 200 anos os escravos est�o construindo a minha pir�mide" e Glauber compara os edif�cios modernos com a escravid�o antiga, onde os homens trabalham guiados por um del�rio, pelos sonhos dos poderosos. A imagem do americano alucinado, sonhando com suas pir�mides, mostra uma sociedade se movendo guiada sem reflex�o, sem objetivo racional: � a primazia do sentimento, do irracional. E Glauber demonstra bem que, se vivemos em uma abertura, no entanto nada mudou. Isso fica claro quando o personagem diz que a verdadeira dicotomia n�o era entre comunistas e capitalistas, mas entre ricos e pobres. A imagem � do rico agarrando-se as est�tuas, morrendo entre os bra�os de seu escravo. Glauber n�o mostra uma separa��o muito clara entre ricos e pobres, mas mostra como se ambos estivessem orientados por uma religi�o do absurdo, como se n�o soubessem para onde se dirigem.

 

O messias que surge � o guerreiro, a religiosidade do camdombl�, da magia. Os s�mbolos de chefe s�o passados para aquele que luta, que guerrear�. A luta m�tica com o diabo, a tenta��o, Glauber retrata os chefes da na��o do Brasil lutando com a tenta��o do poder, da riqueza. O chefe � eleito para lutar, mas para lutar principalmente contra si mesmo. A id�ia do messias, do pol�tico que necessita, como cristo, vencer as tenta��es do dem�nio. O dem�nio diz " quero a sua fidelidade, te darei toda esta terra". A Terra arde no fogo enquanto o diabo observa. A luta torna-se uma disputa, aos olhos de Glauber, entre os poderosos do Brasil e os do EUA, onde no fim prega-se o conchavo, a trai��o da p�tria. O guerreiro sucumbe as tenta��es do inimigo, vende-se e, n�o por acaso, a pr�xima cena � de erotismo, sexualidade. o pacto maldito resultando na busca do prazer total, o personagem diz " n�o posso esperar um s�culo como heran�a". � a id�ia da impot�ncia, a perda da terra para algu�m mais poderoso. Depois surge a mulher, dizendo-se oper�ria do sexo, buscando o amor. Qual sua profiss�o, indaga o homem, e ela responde " castradora de homens".

Vemos aqui em Glauber como toda essa entrega do Brasil para os estrangeiros gera n�o o prazer, mas a castra��o, a perda deste. Em Glauber � muito forte esse mito da esquerda brasileira do povo explorado, subjugado pelos estrangeiros. " Nossos alicerces foram destru�dos" grita o personagem na pr�xima cena, e repete o mesmo texto diversas vezes, como uma profecia. Glauber aqui parece evocar- e em todo esse filme muitas falas ser�o repetidas at� a exaust�o- como esse car�ter prof�tico e desesperado � repetido, como na pol�tica brasileira, que � o que Glauber procura retratar aqui n�o como ela � mas sua estrutura- como as profecias podem ser usadas em v�rios momentos, tornando-se como preceitos m�ximos, palavras utilizadas para se conseguir manipular as massas e obter o poder. Parece que esse sentimento de desespero � comum e banal, sempre podendo ser usado embora, e o filme deixa bem claro, as queixas n�o tem efeito nenhum. O filme de Glauber � sufocante, n�o h� sa�da, apenas constata��o do que acontece. Em nenhum momento parece que algo ir� se reverter ou se modificar�.

As falas se repetem e mostram tamb�m os l�deres dos pa�ses pobres como b�rbaros, contr�rios a civiliza��o, vendo esta como amea�a. A imagem do messias, fazedor de milagres, liga-se com a m�sica de Get�lio Vargas, o populista, o milagre de um outro Brasil, de uma nova na��o. Surge a imagem do cristo revolucion�rio, da igreja como uma forma de revolu��o, da op��o pela pobreza como uma luta, uma religi�o como transmissora de ideais. Mostra-se a luta, os neg�cios escusos( sob o emblema da coca-cola, multinacional), a religi�o, a festa at� acabar na multid�o na praia no meio do samba. a massa sempre controlada pelo ritual, pela loucura do ritual.

 

RELATO DE GLAUBER SOBRE O FILME

Discurso final, em off, de A Idade da Terra.

"No dia em que Pasolini, o grande poeta italiano, foi assassinado, eu pensei em filmar a vida de Cristo no Terceiro Mundo. Pasolini filmou a vida de Cristo na mesma �poca em que Jo�o XXIII quebrava o imobilismo ideol�gico da Igreja Cat�lica em rela��o aos problemas dos povos subdesenvolvidos do Terceiro Mundo e tamb�m em rela��o � classe oper�ria europ�ia. Foi um renascimento. A ressurrei��o de um Cristo que n�o era adorado na cruz, mas um Cristo que era venerado, revivido, revolucionado num �xtase da ressurrei��o.

Sobre o cad�ver de Pasolini, eu pensava que o Cristo era um fen�meno novo, primitivo numa civiliza��o muito primitiva, muito nova. (...)

S�o quinhentos anos de civiliza��o branca, portuguesa, europ�ia, misturada com �ndios e negros e s�o mil�nios al�m da medida dos tempos aritm�ticos ou da loucura matem�tica que n�o se sabe de onde veio nem mesmo a nebulosa do caos, no nada. Ou seja, Deus ou nada, quem n�o acredita em Deus, acredita no nada. Se nada for Deus...

Ent�o, � muito r�pida a hist�ria. � uma hist�ria de uma velocidade fant�stica, � um desespero lis�rgico. (...)

Aqui, por exemplo, em Bras�lia, neste palco fant�stico no cora��o do planalto Brasileiro, forte irradia��o, luz do Terceiro Mundo, numa met�fora que n�o se realiza na hist�ria, mas preenche um sentimento de grandeza, a vis�o do para�so, essa pir�mide, esta pir�mide que � a geometria dram�tica do estado social, no v�rtice o poder, embaixo, as bases e depois os labirintos intrincados das media��es...

Toda essa ideologia do amor se concentraria no cristianismo, que � uma religi�o linda dos povos africanos, asi�ticos, latino-americanos, dos povos totais, um cristianismo que n�o se realiza somente na Igreja Cat�lica, mas em todas as religi�es que encontram seus s�mbolos mais profundos, mais rec�nditos, mais eternos , mais subterr�neos, mais perdidos, a figura do Cristo, um Cristo que n�o est� morto, mas est� vivo espalhando amor e criatividade. A busca da eternidade e a vit�ria sobre a morte, porque a morte � uma estrutura��o determinada por um c�digo fatalista, talvez de origens sexuais ou gen�ticas, quien lo sabe, pero se pode vencer a morte." [continua]

"Ent�o, a civiliza��o � muito pequena. Antes de Cristo e depois de Cristo. Um desenvolvimento tecnol�gico na Europa, econ�mico, o mercantilismo, capitalismo, neocapitalismo, socialismo, o transcapitalismo, o trans-socialismo, o anarco-construtivismo, todo um desespero de uma humanidade em busca de uma sociedade perfeita, as utopias, a marcha... Conflitos religiosos entre cat�licos e protestantes provocaram explos�es, navega��es, guerras, invas�es mouras na Europa, invas�es crist�s na �frica do Norte; Espanha, Portugal e Inglaterra ocupam a Am�rica no outro lado. �ndios massacrados, negros importados, guerras de independ�ncia, latif�ndios e ind�strias, guerras de latif�ndios e ind�strias, guerras de ind�strias e latif�ndios, guerras civis, levantes, caudilhos, guerras, guerrilheiros, revolu��es, golpes de estados, democracias, regress�es, avan�os, recuos, sacrif�cios, mart�rios, Am�rica. Am�rica do Norte se desenvolve.

O desenvolvimento tecnol�gico americano leva a civiliza��o ao mundo do s�culo XX. A Revolu��o Sovi�tica, a Revolu��o Sovi�tica, a Re-volu��o Sovi�tica de 1917 comandada por Lenine, Trotski e Stalin subverte completamente o discurso capitalista norte-americano. Enquanto isso, os povos subdesenvolvidos da Am�rica Latina, da �frica e da �sia pagam o pre�o do desenvolvimento tecnol�gico da Europa, dos Estados Unidos, da Europa capitalista, da Europa socialista, da Europa cat�lica, da Europa protestante, da Europa at�ia, dos Estados Unidos.

Os povos subdesenvolvidos est�o na base da pir�mide. N�o podem fazer nada. Todos buscam a paz. Todos devem buscar a paz. Existir� uma s�ntese dial�tica entre o capitalismo e o comunismo, estou certo disso. E do Terceiro Mundo. Seria o nascimento da nova, da verdadeira democracia. A democracia n�o � socialista, n�o � comunista, n�o � capitalista. A democracia n�o tem adjetivos.

A democracia � o reinado do povo. A de-mo-cra-cia, a democracia � o desreinado do povo. Sabemos todos que morremos de fome nos terceiros mundos, sabemos todos das crian�as pobres, dos velhos abandonados, dos loucos famintos, tanta mis�ria, tanta fei�ra, tanta desgra�a, sabemos todos disso.

� necess�ria uma revolu��o econ�mica, social, tecnol�gica, cultural, espiritual, sexual, a fim de que as pessoas possam realmente viver o prazer. O Brasil � um pa�s grande, a Am�rica Latina, �frica, n�o se pode pensar num s� pa�s. Temos que multinacionalizar, internacionalizar o mundo dentro de um regime interdemocr�tico, com a grande contribui��o do cristianismo e de outras religi�es, todas as religi�es. O cristianismo e todas as religi�es s�o as mesmas religi�es. Entre o entendimento dos religiosos e dos pol�ticos convertidos ao amor... " (retirado da homepage Tempo Glauber http://www.alternex.com.br/~tempoglauber)

 

 

 

 

AN�LISE

Este filme de Glauber � na verdade bastante intenso. Tanto as imagens quanto a m�sica est�o presentes de uma forma excessiva, mas n�o � um excesso por um descuido de Glauber, � um excesso da pr�pria linguagem que o filme utiliza para retratar aquilo que se pretende.

" A nossa questiona��o da obra acha-se perturbada, porque n�o perguntamos pela obra, mas antes, em parte, por uma coisa e, em parte por um apetrecho. (...) � a questiona��o da est�tica." (Heidegger, Martin-A origem da obra de arte)

A massa sempre aparece como alienada, mas uma aliena��o que para Glauber est� ligada aos aspectos culturais do brasileiro, sua religiosidade, ele passa a id�ia da festa popular como um convite aos prazeres e a religi�o como um rito de prazer. A transcend�ncia, para n�s, ainda permaneceria ligada ao prazer, em uma vers�o primitiva.

" ... estar�o elas porventura aqui em si pr�prias, como as obras que elas mesmas s�o, ou n�o estar�o antes aqui como objetos do funcionamento das coisas no mundo da arte( Kunstbetrieb)?" (Heidegger, Martin-A origem da obra de arte)

A domina��o e o poder no Brasil, o mito do estrangeiro explorador que vem usurpar as nossas riquezas e dos pol�ticos brasileiros que permitem isso em troca de uma participa��o, adiando sempre a ocupa��o deste lugar de verdadeiro l�der, de chefe e guia, � retratada em Glauber no mito do messias que tem de resistir as tenta��es, como Jesus, com a diferen�a que nossos messias sucumbem.

"A obra pertence enquanto obra ao campo que � aberto por ela pr�pria. Porque o ser-obra da obra adv�m, em tal abertura. "(Heidegger, Martin-A origem da obra de arte)

Glauber ultrapassa as barreiras que separam mito de realidade, de religiosidade. Nele o que � fantasia e realidade est�o misturadas, as fantasias m�ticas guiando a realidade e a construindo e a espera do salvador, o eterno sonho do messias. em Glauber tem-se a impress�o de que sempre ansiamos por um salvador da p�tria que n�o sucumba aos prazeres terrenos. Essa fantasia de explora��o, do estrangeiro nos dominando, de um povo que se entrega aos estrangeiros, Glauber retrata no mito do messias e na hist�ria de Cristo que as classes populares s�o manipuladas exatamente porque tem o desejo de sempre quererem construir uma cidadania pela via religiosa, ou seja, ainda conservam o desejo de serem guiadas, da imagem primitiva e religiosa do homem que vem fazer milagres. Essa vis�o infantil � que faz com que sejam facilmente manipulados e por isso o desespero que surge, no pensamento glauberiano, � fruto de que nossos messias sempre se pervertem, sempre vendem-se. O sonho que o brasileiro conserva � de que um dia surgir� um messias capaz de resistir as tenta��es do dem�nio, � uma revivic�ncia m�tica religiosa em uma vers�o moderna. O sentimento de nacionalidade, do monstro estrangeiro, � revestido de cores religiosas e � nessa confus�o entre realidade, mito e religi�o que se constitui a pol�tica brasileira. A nacionalidade e a p�tria somente s�o evocadas para sustentar a id�ia do messias, do libertador. A imagem dos fara�s erguendo pir�mides, dos trabalhadores sendo guiados pelo del�rio dos poderosos, mostra em Glauber como a necessidade dos ideais, do sentimento de fazer parte de algo maior surge de forma infantil, ou seja, mesmo so deiais mais absurdos e delirantes encontram solo f�rtil em um povo marcado por uma religiosidade da irracionalidade, da catarse. Heiddeger fala como � complexa a rela��o obra-verdade, onde esta representa a segunda, mas tamb�m a cont�m:

" A realidade da obra determina-se a partir do que na obra est� em obra, a partir do acontecer( Geschehen) da verdade. (...) Na obra, o acontecimento da verdade est� em obra. Mas o que assim est� em obra, est� tamb�m, de fato, na obra." (Heidegger, Martin- A origem da obra de arte)

O mais interessante � notar como Glauber constr�i isso tudo. N�o podemos nos esquecer que este filme, Idade da Terra, foi produzido nos anos 80, na queda da ditadura. Os sonhos ut�picos que os brasileiros viviam ent�o certamente deve ter inspirado Glauber e o fez refletir que o maior problema n�o era a ditadura, mas a facilidade com que o povo brasileiro podia ser facilmente manipulado atrav�s da combina��o de elementos religiosos, sexuais, m�ticos e sociais.

" Mas o ser-criado da obra s� se deixa manifestamente compreender a partir do processo de cria��o. Assim, por imposi��o das pr�prias coisas, temos de aceder a levar em conta a atividade do artista paras encontrar a origem da obra de arte." (Heidegger, Martin- A origem da obra de arte)

A obra art�stica aqui de Glauber serve como ponto de an�lise para n�s porque podemos ver como o artista pega um momento de sua �poca e consegue transmitir algo que transcende aquilo que ele pr�prio sabia at� ent�o. Glauber Rocha consegue refletir sobre o que at� ent�o considerava como verdade e transforma em um novo testemunho o retrato das rela��es de poder no Brasil. Se a esquerda brasileira antes combatia a ditadura, com o fim desta e a continuidade das injusti�as sociais, Glauber percebe que tinha de revisar seus conceitos, sua vis�o sobre polit�ca. A manipula��o do poder e do povo pelos ricos tinha que agora ser explicada por uma outra constru��o que n�o a vers�o da esquerda, que j� n�o conseguia mais explicar a complexidade de nosso pa�s. Se alguns elementos da esquerda ainda est�o presentes, como a id�ia de ser explorado pelo capital estrangeiro, Glauber no entanto aborda de forma nova e irreverente como ele entende a domina��o dos brasileiros. Glauber passa de uma id�ia de poder como uma viol�ncia praticada ou pelo crime, para uma domina��o realizada pela fantasia, pelos mitos.

"A obra de arte � um objeto que, independentemente do modo pelo qual as pessoas a consomem, vive no tempo, como todo objeto f�sico. Esta defini��o compreende tamb�m as obras de arte ditas " conceituais", que �s vezes se concluem com um gesto, uma cita��o, uma resposta puramente mental."( Eco, Umberto- Sobre os espelhos e outros ensaios, O tempo da arte)

Neste filme o que est� em quest�o n�o � que o povo seja dominado porque os ricos possuam maior poder econ�mico ou pela viol�ncia e manipula��o da pol�tica, como at� ent�o a esquerda acreditava funcionar o poder. Nem mesmo sobrevive a tese marxista da domina��o dos meios de produ��o. Esse filme � uma obra de arte porque Glauber foi al�m das constru��es de sua �poca que existiam para dar conta dos mecanismos de poder no nosso pa�s. Glauber conseguiu transmitir um pensamento original, uma nova forma de abordar o poder e seus mecanismos. Ele demonstra como a fantasia � o real, como os mitos conservam sua for�a e atuam com tal for�a e desenvoltura que substituem a necessidade de ideais de um povo. Em um pa�s onde a lei, os valores e os ideais sociais desfalecem, surge a religi�o no retorno m�tico do messias que derrotar� o mal e far� os milagres e o sofrimento do povo nesse eterno fracasso do mito. A religiosidade permanece no entanto, no fasc�nio da terra prometida e no absurdo do pa�s que busca a independ�ncia embora j� seja independente. A pr�pria figura do mal, na personifica��o do estrangeiro, � o retrato dos moinhos tidos como monstros embora, o que Glauber nos mostra muito bem, � que s� servem para criar a necessidade de Dom Quixotes. Essa vis�o inovadora da realidade brasileira foi um ato de cria��o de Glauber, embora talvez a esquerda brasileira at� hoje n�o se tenha apercebido disso.

 

 

 

 

CONCLUS�O 

 

O meu trabalho se iniciou usando os computadores com seus recursos audio-visuais, trabalhando com desenho, escrita, jogos de racioc�nio, etc, visando n�o somente melhorar o desempenho dos alunos em sala de aula, mas para criar um ambiente construtivista. Colaborando em conjunto com as professoras, podemos trazer elementos constru�dos no laborat�rio de inform�tica e tamb�m de sala de aula: os conte�dos ministrados na aula faziam parte do trabalho com a inform�tica, assim como esta trouxe para a sala o m�todo de constru��o da inform�tica.

Com o andamento do trabalho, podemos ver que os alunos que sofriam o " fracasso escolar" na verdade tinham uma postura negativista em rela��o ao erro e n�o tem um conceito de conhecimento saud�vel, nem estabelecem uma rela��o frut�fera com este.

O projeto revelou ent�o estes dois problemas principais que criavam o fracasso escolar.

Primeiro, o conceito de educa��o e de aprendizado, tanto por parte do aluno quanto do professor. Existe uma vis�o de que o erro � algo a ser erradicado, que representa um fracasso do aluno frente � demanda da educa��o. Os professores n�o reconhecem a import�ncia da educa��o como instrumento para exercer-se a cidadania.

"... se a seguran�a do professor � mais importante que o conhecimento dos alunos como crit�rio para a escolha da metodologia, ent�o � o professor que est� no papel de sujeito da educa��o. N�o o aluno. e isto n�o � educa��o. � doutrinamento. N�o � formar alunos, mas " enform�-los."( Franco, Sergio Roberto Kieling, O construtivismo e a educa��o- p�g. 07)

Segundo, a crian�a aprende de maneira err�nea o que � o processo de constru��o do conhecimento, pois � exposta a id�ia de que existe um caminho correto, ou seja, o conte�do � ministrado com car�ter de verdade absoluta, cabendo a crian�a meramente repeti-lo, pois o conhecimento humano seria um corpo te�rico completo. assim, a crian�a n�o aprende a construir e renovar aquilo que sabe.

" De acordo com Piaget o conhecimento n�o est� no sujeito nem no objeto, mas ele se constr�i na intera��o do sujeito com o objeto. � na medida que o sujeito interage( e portanto age sobre e sofre a��o do objeto) que ele vai produzindo sua capacidade de conhecer e vai produzindo tamb�m o pr�prio conhecimento. Esta � a raz�o da teoria piagetiana ser chamada de construtivismo."( Franco, Sergio Roberto Kieling, O construtivismo e a educa��o- p�g. 12)

 

No primeiro caso, trabalhou-se para que o aluno pudesse ver o erro como algo necess�rio para se chegar ao acerto. Ou seja, que v�rios caminhos tem de ser tentados para poder-se chegar no mais vi�vel ou mais adequado. E que sob o erro existe todo um racioc�nio que, muitas vezes, pode n�o estar errado, mas apenas n�o ser adequado com o que o professor espera. Al�m do mais, buscamos fazer com que o professor reconhe�a que o papel transmissor de educa��o da escola � o mais poderoso instrumento de cidadania que existe e que seu papel n�o � apenas educar a crian�a, mas produzir cidadania na comunidade. Imbu�do deste conceito de educa��o, o professor transmitir� ao aluno uma outra vis�o da escola e das possibilidades que a educa��o pode lhe dar. O processo de socializa��o � extremamente necess�rio para o bom desenvolvimento infantil, embora seja relegado para segundo plano na nossa escola:

" O adulto, mesmo no seu trabalho pessoal e �ntimo, mesmo envolvido numa pesquisa incompreens�vel para a maioria dos seus semelhantes, pensa socialmente, tem continuamente presente em seu esp�rito a imagem dos seus colaboradores ou contraditores, reais ou eventuais, pessoas da profiss�o, �s quais, cedo ou tarde, anunciar� o resultado de sua pesquisa. (...) A crian�a, pelo contr�rio, parece falar mais do que o adulto. Mas apenas aparentemente. A crian�a tem � menos contin�ncia verbal, pois ignora a intimidade do eu. E embora fale incessantemente aos seus vizinhos, raramente se coloca no ponto de vista deles."( Piaget, Jean- A linguagem e o pensamento da crian�a, p�g.30)

Em rela��o ao segundo ponto, trabalhamos com o professor e com o aluno que o conhecimento � algo em constante muta��o, sempre se renovando e sendo constru�do e que o objetivo � manter esta perp�tua constru��o. Nesta modifica��o da vis�o do processo construtivo, entra a terceira v�rtice do meu trabalho, que � o pensamento art�stico, a constru��o original e renovadora.

Meu trabalho tende ent�o a alcan�ar o ponto de ruptura onde, pelas sucessivas constru��es constantes, o aluno possa aceder a uma constru��o t�o original e inovadora, que fa�a com que as pessoas percebam ali uma modifica��o radical do que vinha sendo pensado at� ent�o. Nessa radicalidade do pensamento art�stico, por si s� produzir� modifica��es, fazendo com que as pessoas reflitam e pensem: no choque com o inovador da obra produz-se a necessidade de renova��o e modifica��o das constru��es que se possu�a at� ent�o, para abarcar as novas possibilidades criadas pelo pensamento art�stico. Este seria, ao meu ver, o ponto culminante da educa��o e a principal dire��o para onde esta deveria se dirigir.

" � transforma��o da ess�ncia da verdade corresponde a hist�ria da ess�ncia da arte ocidental. Esta �ltima � t�o pouco compreens�vel a partir da beleza tomada s� por si, como a partir da viv�ncia, na suposi��o de que o conceito metaf�sico de arte possa alguma vez alcan�ar a ess�ncia da arte."(Heidegger, Martin- A origem da obra de arte)

Logicamente que n�o espero nem teria a pretens�o de solucionar todos os problemas dentro da escola. Mas creio que, se o nosso trabalho serviu paras que essa pudesse fazer uma reflex�o sobre sua pr�tica e buscar outras op��es poss�veis, ent�o j� considero uma grande satisfa��o para mim.